Terreiro do Paço

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Declaração de Amor

Gosto de ti, gosto tanto de ti, sempre gostei de ti mesmo durante aquela longa noite me impediram de falar contigo e me obrigaram a calar impedindo de dizer o que te queria dizer nunca deixei de gostar de ti, sempre quis que tu e eu tivessemos um caminho uno, um caminho em que as nossas mão se apertavam sofreguemamente na esperança/desejo de termos um futuro comum, mesmo quando alguns amigos que também te amavam te abandonaram, sobretudo para França e Holanda, nunca me afastei de ti apesar de dizerem que contigo nunca teria qualquer chance eu era teimoso, resiliente e queria-te, queria-te apesar de tudo e de todos, admirava em ti a coragem de te reergueres e nunca deixares de acreditar que haveria amanhã, como sabes sempre caminhei contigo e como também sabes tantas e tantas e tantas tive que me esconder para nunca te perder de vista, gostava do Sol que tinhas e eras, gostavas do teu cheiro de maresia e flores campestres, gostava de percorrer lentamente com as minhas mãos e sentir o teu pulsar que em lugares restritos conseguias ter e era nessas alturas que estávamos realmente juntos, sim esta é umas declaração de amor para contigo eu que sou tão avesso a essas coisa venho aqui dizer que te amo, não esqueço aquele periodo de tempo em que caminhámos realmente de mãos dadas e conseguimos fazer tantas coisa bonitas que outros apontavam como exemplo a seguir, nessa altura tinhamos sempre um sorriso nos lábios e soltámos as canções que sempre cantáramos às escondidas mas que nesse lapso de tempo soltámos a plenos pulmões.
Lembro de as minhas mãos percorrerem cada pedaço de ti num sentido de partilha, lembro de soltarmos os cabelos ao vento fazendo da vida um imenso Woodstock, recordo de juntos cantarmos o Adriano, o Zeca e tantos, tantos outros, iamos montes de vezes ao S. Luis e Coliseu partilharmos cantos livres, éramos felizes e pensávamos que a felicidade era eterna, mesmo os precalços que por vezes aconteceram conseguimos ultrapassá-los juntos, quando os filhos de outras mães te tentavam conquistar descobriamo-los e juntos faziamos-lhe peito e empurrávomo-los daqui para fora, era o tempo em que não havia sombras escondidas nem medos disfarçados, as nossas mãos juntas plantaram flores de esperança por todo e qualquer sitio que era nosso, foi o tempo em que corremos de vez com o cinzento das nossas vidas, gostávamos de ouvir os sons da Lisnave e da enchada na terra que camponeses trabalhavam, sentávamo-nos ao fim do dia na praia e viamos os barcos chegarem com peixe que descarregavam nas lotas ao som das vozes dos pescadores que nos ensinavam novas canções, canções de esperança e vida, viviamos uma vida plena de vida e e liberdade feitas, era o tempo dos cravos, o tempo de fazer, o tempo de criar e recriar, corremos com os mauzões todos que nos impediam de ser felizes e aqueles com que não corremos fugiram, tinham medo da nossa liberdade e éramos apenas crianças, o nosso caminho até hoje não teve nada de fácil houve tantas e tantas vezes que nos armadilharam o caminho mas sempre conseguimos ultrapassar esses obstáculos e continuar de mãos dadas, agora hoje que já sou velho e te tentam matar retalhando-te e vendendo-te a gente que nada tem a ver connosco sinto de novo o frio do medo a percorrer-me a espinha, os mauzões voltaram naquele fatidico Junho de 2011 e está a ser tão dificil para mim e para ti caminharmos a estrada que nos querem impôr mas sabes apesar de ser dificil acho que tu e eu, agora que provámos o doce mel de sermos livres, vamos conseguir ultrapassar mais este duro osso que nos calhou em sorte apesar de já terem vendido quase tudo o que era teu, que era nosso, mas vamos juntar-nos todos aqueles que te amaram, que te amam, para que juntos os corramos daqui a pontapé e mesmo sabendo que os coelhos correm muito haveremos de apanhá-los um a um dar-lhes aquele valente pontapé no cu e tu Portugal e todos nós que te amamos voltaremos a sorrir Abril.