Terreiro do Paço

sábado, 4 de outubro de 2014

Por ti

escrevo sobre teu corpo como quem garatuja palavras trespassadas por pétalas de tulipa negra as minhas mãos percorrem-te como quem deseja abrigo em noite de trovoada feita não sabem o caminho mas persistem nessa busca incessante da palavra escondida, por decifrar. escrevo e não rasgo o que escrevo porque a minha pauta és tu que moras bem dentro de mim, nas minhas veias, na minha mente que não mente nem se engana em ti porque és caminho, ponto de partida e chegada raio rasgando o céu em noite escura ou mesmo brisa fresca em tarde quente de Verão. escrevo, escrevo em ti e não me canso deste rápido discorrer da mãos em teu corpo de seda feito ou nenúfar em lago fétido escrevo como sou, raiva, ternura, desespero, desejo, desejo, presente adiado nesta espera feita angustia que te consuma e me consuma nesta feira de enganos em que faço presentes e construo futuros.

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